Um geleira da Islândia emite grandes quantidades do potente gás de efeito estufa metano - CH4 -, identificou estudo de um time de cientistas de universidades do Estados Unidos e do Reino Unido.
Foi a segunda medição realizada recentemente que detectou a emissão de metano em área de geleira em retração. Uma pesquisa publicada anteriormente identificou emissões em uma região da Groenlândia.
O estudo ressaltou que a base de geleiras e de calotas polares cria condições adequadas para o armazenamento e a produção de metano.
A combinação entre água proveniente da fusão do gelo, carbono dos sedimentos e solos na base de geleiras e calotas polares, e baixas concentrações de oxigênio permite a sobrevivência de comunidades microbiológicas com potencial para produzir metano.
Outra fonte de metano seria a atividade e fontes geotérmicas subglaciais, localizadas debaixo do manto de gelo das calotas polares e geleiras. A produção do gás ocorreria a partir da degradação térmica de material orgânico presente na base do gelo.
Em função das altas pressões exercidas pelo peso da massa de gelo e das baixas temperaturas, o metano produzido ficaria aprisionado em bolsões ou na forma de hidrato. Nesse sentido, as geleiras e calotas polares poderiam abrigar vastos reservatórios de metano.
Esse reservatório teria o potencial de ser liberado para a atmosfera com o derretimento do gelo. Nesse cenário, aumentariam ainda mais as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, contribuindo para o avanço do aquecimento global.
O estudo investigou uma geleira da Islândia, localizada na região do vulcão Katla, que se encontra ativo e coberto por gelo. Foi analisada a concentração e a composição isotópica do metano presente nas águas glaciais, durante as estações de derretimento da geleira entre 2013 e 2017.
Estimou-se que um fluxo de 48 toneladas de metano por dia era transportado em média pelas águas que drenavam da geleira. A partir desse valor, os cientistas sugeriram que a geleira emitia diariamente para a atmosfera aproximadamente 41 toneladas de metano.
A avaliação dos isótopos de metano confirmou que o gás teve origem na atividade microbiológica. O resultado surpreendeu os cientistas, que esperavam uma contribuição mais significativas das fontes geotérmicas.
Na verdade, o estudo sugeriu que a atividade geotérmica influenciava na minimização da produção de metano. Para melhor compreender a possível liberação de metano por geleiras e calotas polares, é importante avaliar as características locais.
O fluxo de metano originada da retração de geleiras e calotas polares ainda não foi quantificado, indicou o estudo. Ele constitui uma consequência indireta, e tem o potencial de intensificar ainda mais, o aquecimento global.
Mais informações: Burns, R., et al. "Direct isotopic evidence of biogenic methane production and efflux from beneath a temperate glacier" Scientific reports 8.1 (2018): 17118.
Imagem: adaptado da figura 2 do estudo - ilustração da geleira da Islândia, indicando-se o vulcão Katla (marrom escuro), trechos de produção de metano (bolas marrons), e o fluxo de água na base da geleira (azul escuro)
Foi a segunda medição realizada recentemente que detectou a emissão de metano em área de geleira em retração. Uma pesquisa publicada anteriormente identificou emissões em uma região da Groenlândia.
O estudo ressaltou que a base de geleiras e de calotas polares cria condições adequadas para o armazenamento e a produção de metano.
A combinação entre água proveniente da fusão do gelo, carbono dos sedimentos e solos na base de geleiras e calotas polares, e baixas concentrações de oxigênio permite a sobrevivência de comunidades microbiológicas com potencial para produzir metano.
Outra fonte de metano seria a atividade e fontes geotérmicas subglaciais, localizadas debaixo do manto de gelo das calotas polares e geleiras. A produção do gás ocorreria a partir da degradação térmica de material orgânico presente na base do gelo.
Em função das altas pressões exercidas pelo peso da massa de gelo e das baixas temperaturas, o metano produzido ficaria aprisionado em bolsões ou na forma de hidrato. Nesse sentido, as geleiras e calotas polares poderiam abrigar vastos reservatórios de metano.
Esse reservatório teria o potencial de ser liberado para a atmosfera com o derretimento do gelo. Nesse cenário, aumentariam ainda mais as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, contribuindo para o avanço do aquecimento global.
O estudo investigou uma geleira da Islândia, localizada na região do vulcão Katla, que se encontra ativo e coberto por gelo. Foi analisada a concentração e a composição isotópica do metano presente nas águas glaciais, durante as estações de derretimento da geleira entre 2013 e 2017.
Estimou-se que um fluxo de 48 toneladas de metano por dia era transportado em média pelas águas que drenavam da geleira. A partir desse valor, os cientistas sugeriram que a geleira emitia diariamente para a atmosfera aproximadamente 41 toneladas de metano.
A avaliação dos isótopos de metano confirmou que o gás teve origem na atividade microbiológica. O resultado surpreendeu os cientistas, que esperavam uma contribuição mais significativas das fontes geotérmicas.
Na verdade, o estudo sugeriu que a atividade geotérmica influenciava na minimização da produção de metano. Para melhor compreender a possível liberação de metano por geleiras e calotas polares, é importante avaliar as características locais.
O fluxo de metano originada da retração de geleiras e calotas polares ainda não foi quantificado, indicou o estudo. Ele constitui uma consequência indireta, e tem o potencial de intensificar ainda mais, o aquecimento global.
Mais informações: Burns, R., et al. "Direct isotopic evidence of biogenic methane production and efflux from beneath a temperate glacier" Scientific reports 8.1 (2018): 17118.
Imagem: adaptado da figura 2 do estudo - ilustração da geleira da Islândia, indicando-se o vulcão Katla (marrom escuro), trechos de produção de metano (bolas marrons), e o fluxo de água na base da geleira (azul escuro)
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