As tartarugas marinhas verdes podem ser extremamente vulneráveis ao aquecimento global. Recentemente, uma pesquisa identificou que, em população de tartarugas verdes da Grande Barreira de Corais, na Austrália, a proporção entre fêmeas e machos em grupos de indivíduos jovens estava sendo dramaticamente alterada. Cerca de 99% das jovens tartarugas da região eram fêmeas.
Pesquisadoras da Flórida, nos Estados Unidos, registraram a mesma tendência em uma praia no sudeste do estado. Analisando a região desde 2002, eles verificaram que a porcentagem de fêmeas variava entre 97% a 100% dos filhotes.
O fenômeno está ligado ao fato de que as tartarugas, assim como outros répteis que põem ovos, não possuem cromossomos sexuais. Dessa forma, o sexo do filhote é definido durante o desenvolvimento embrionário no ovo, sob a influência do ambiente do ninho.
Acreditava-se que a temperatura consistia no fator determinante: os ovos produziriam fêmeas sob temperaturas maiores durante a incubação, e machos sob temperaturas menores.
Mas os pesquisadores realizaram um estudo para investigar o papel da umidade, em interação com a temperatura, na determinação do sexo das tartarugas. A umidade apresenta potencial de mudar o microclima experimentado pelos ovos dentro do ninho, afetando seu desenvolvimento.
Em laboratório, foram reproduzidas as condições naturais de incubação de ovos de uma espécie de tartaruga. Os pesquisadores manipularam a temperatura e a umidade, de forma a verificar os efeitos na proporção entre os sexos nos embriões por meio de um marcador molecular.
Maior umidade favoreceu a produção de machos e menor, de fêmeas. Os ninhos mais frios e úmidos do estudo produziram 100% de machos, em comparação com 42% de ninhos mais quentes e secos. Os resultados também indicaram que a sensibilidade à temperatura é maior em estágios iniciais do crescimento embrionário, enquanto que a sensibilidade à umidade é maior em fases posteriores.
Segundo os pesquisadores, o aumento da umidade da areia provocou temperaturas entre 2 e 3 graus Celsius inferiores às temperaturas do ar. Também ocorreram diferenças nas taxas de desenvolvimento, na massa dos embriões e na proporção entre fêmeas e machos.
Os embriões se desenvolviam lentamente em substratos de areia mais fria e úmida. A absorção de água pelos ovos era significativamente maior em substratos mais úmidos.
As condições de temperatura e umidade constituem fatores cruciais para o desenvolvimento embrionário das tartarugas verdes. Os pesquisadores ressaltaram a necessidade de incorporar esses fatores na projeção dos impactos das mudanças climáticas sobre a população de tartarugas.
Fonte: Florida Atlantic University
Imagem: Unsplash/ Jeremy Bishop
Pesquisadoras da Flórida, nos Estados Unidos, registraram a mesma tendência em uma praia no sudeste do estado. Analisando a região desde 2002, eles verificaram que a porcentagem de fêmeas variava entre 97% a 100% dos filhotes.
O fenômeno está ligado ao fato de que as tartarugas, assim como outros répteis que põem ovos, não possuem cromossomos sexuais. Dessa forma, o sexo do filhote é definido durante o desenvolvimento embrionário no ovo, sob a influência do ambiente do ninho.
Acreditava-se que a temperatura consistia no fator determinante: os ovos produziriam fêmeas sob temperaturas maiores durante a incubação, e machos sob temperaturas menores.
Mas os pesquisadores realizaram um estudo para investigar o papel da umidade, em interação com a temperatura, na determinação do sexo das tartarugas. A umidade apresenta potencial de mudar o microclima experimentado pelos ovos dentro do ninho, afetando seu desenvolvimento.
Em laboratório, foram reproduzidas as condições naturais de incubação de ovos de uma espécie de tartaruga. Os pesquisadores manipularam a temperatura e a umidade, de forma a verificar os efeitos na proporção entre os sexos nos embriões por meio de um marcador molecular.
Maior umidade favoreceu a produção de machos e menor, de fêmeas. Os ninhos mais frios e úmidos do estudo produziram 100% de machos, em comparação com 42% de ninhos mais quentes e secos. Os resultados também indicaram que a sensibilidade à temperatura é maior em estágios iniciais do crescimento embrionário, enquanto que a sensibilidade à umidade é maior em fases posteriores.
Segundo os pesquisadores, o aumento da umidade da areia provocou temperaturas entre 2 e 3 graus Celsius inferiores às temperaturas do ar. Também ocorreram diferenças nas taxas de desenvolvimento, na massa dos embriões e na proporção entre fêmeas e machos.
Os embriões se desenvolviam lentamente em substratos de areia mais fria e úmida. A absorção de água pelos ovos era significativamente maior em substratos mais úmidos.
As condições de temperatura e umidade constituem fatores cruciais para o desenvolvimento embrionário das tartarugas verdes. Os pesquisadores ressaltaram a necessidade de incorporar esses fatores na projeção dos impactos das mudanças climáticas sobre a população de tartarugas.
Fonte: Florida Atlantic University
Imagem: Unsplash/ Jeremy Bishop
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