Controlar a taxa de retração das calotas polares constitui uma alternativa relevante de geoengenharia, sustenta artigo de cientistas da Finlândia e dos Estados Unidos. A intervenção poderia contribuir para frear o derretimento e, consequentemente, retardar o aumento do nível do mar.
Até o meio do século, o artigo menciona que a temperatura média global deverá alcançar 2°C acima dos níveis pré-industriais. Estima-se que o nível médio do mar subirá até lá aproximadamente 20 centímetros. Em 2100, muitas cidades costeiras poderão experimentar um aumento do nível do mar superior a 1 metro.
Os prejuízos anuais causados pelo aumento do nível do mar chegariam a até U$50 trilhões a partir de 2100. Nesse contexto, os cientistas argumentam que a geoengenharia das calotas polares seria uma opção competitiva.
A principal contribuição para o aumento do nível do mar neste século virá da perda de gelo das calotas polares da Gronelândia e da Antártica. Intervenções de geoengenharia poderiam ser planejadas para retardar o derretimento.
Outra vantagem é a abordagem específica. Usualmente, os projetos de geoengenharia possuem uma escala global. São polêmicos, incertos e apresentam grandes riscos. Ao focar em uma consequência negativa do aquecimento global - o derretimento das calotas polares -, ações de geoengenharia se tornariam mais viáveis.
Aproximadamente 90% das geleiras da Antártica, quase metade daquelas da Groenlândia, fluem através de vales estreitos. Por exemplo, muitos dos vales de geleiras na Groenlândia possuem por volta de 5 quilômetros de largura.
O fluxo das geleiras se dá porque o gelo desliza por sobre uma fina camada de sedimentos e água. Uma das intevenções interferiria nessa camada, de modo a diminuir o movimento das geleiras.
Outras ações incluíriam a construções de diques subterrâneos, impedindo que águas oceânicas quentes alcancem a base da geleira e acelerem o derretimento. E a construção de ilhas artificiais no encontro das geleiras com o mar, de forma a diminuir o processo de desintegração do gelo.
A geoengenharia das calotas polares demandaria um estudo individual de cada geleira. O planejamento envolveria um levantamento topográfico detalhado, o estudo de impactos sobre os ecossistemas locais, modelagem computacional e uma análise de riscos.
Os cientistas ressaltam, no entanto, que a geoengenharia trataria o sintoma, e não a causa. Ela serviria para diminuir a taxa de perda de gelo das calotas polares, protelando o aumento do nível do mar. Nesse sentido, o papel da intervenção dependeria do cenário futuro de emissões de gases de efeito estufa.
No caso em que as emissões são eliminadas, a geoengenharia poderia operar continuamente, até que a temperatura média global retornasse aos níveis pré-industriais. No caso da manutenção das emissões, ela operaria no sentido de gerenciar o colapso das geleiras, impedindo um aumento acentuado do nível do mar.
Fonte: Universidade de Princenton
Mais informações: Geoengineer polar glaciers to slow sea-level rise
Imagem: Pixabay
Até o meio do século, o artigo menciona que a temperatura média global deverá alcançar 2°C acima dos níveis pré-industriais. Estima-se que o nível médio do mar subirá até lá aproximadamente 20 centímetros. Em 2100, muitas cidades costeiras poderão experimentar um aumento do nível do mar superior a 1 metro.
Os prejuízos anuais causados pelo aumento do nível do mar chegariam a até U$50 trilhões a partir de 2100. Nesse contexto, os cientistas argumentam que a geoengenharia das calotas polares seria uma opção competitiva.
A principal contribuição para o aumento do nível do mar neste século virá da perda de gelo das calotas polares da Gronelândia e da Antártica. Intervenções de geoengenharia poderiam ser planejadas para retardar o derretimento.
Outra vantagem é a abordagem específica. Usualmente, os projetos de geoengenharia possuem uma escala global. São polêmicos, incertos e apresentam grandes riscos. Ao focar em uma consequência negativa do aquecimento global - o derretimento das calotas polares -, ações de geoengenharia se tornariam mais viáveis.
Aproximadamente 90% das geleiras da Antártica, quase metade daquelas da Groenlândia, fluem através de vales estreitos. Por exemplo, muitos dos vales de geleiras na Groenlândia possuem por volta de 5 quilômetros de largura.
O fluxo das geleiras se dá porque o gelo desliza por sobre uma fina camada de sedimentos e água. Uma das intevenções interferiria nessa camada, de modo a diminuir o movimento das geleiras.
Outras ações incluíriam a construções de diques subterrâneos, impedindo que águas oceânicas quentes alcancem a base da geleira e acelerem o derretimento. E a construção de ilhas artificiais no encontro das geleiras com o mar, de forma a diminuir o processo de desintegração do gelo.
A geoengenharia das calotas polares demandaria um estudo individual de cada geleira. O planejamento envolveria um levantamento topográfico detalhado, o estudo de impactos sobre os ecossistemas locais, modelagem computacional e uma análise de riscos.
Os cientistas ressaltam, no entanto, que a geoengenharia trataria o sintoma, e não a causa. Ela serviria para diminuir a taxa de perda de gelo das calotas polares, protelando o aumento do nível do mar. Nesse sentido, o papel da intervenção dependeria do cenário futuro de emissões de gases de efeito estufa.
No caso em que as emissões são eliminadas, a geoengenharia poderia operar continuamente, até que a temperatura média global retornasse aos níveis pré-industriais. No caso da manutenção das emissões, ela operaria no sentido de gerenciar o colapso das geleiras, impedindo um aumento acentuado do nível do mar.
Fonte: Universidade de Princenton
Mais informações: Geoengineer polar glaciers to slow sea-level rise
Imagem: Pixabay
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